Visão do CEO

O RH do amanhã: perspectivas para 2025 e os aprendizados de 2024

Por EDC Group | Publicado em 12/03/2025
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Daniel Machado de Campos Neto


O ano de 2024 trouxe uma transformação significativa para o setor de Recursos Humanos, desafiando as empresas a se adaptarem a novas dinâmicas no mercado de trabalho. Com a ascensão da Inteligência Artificial Generativa, uma maior conscientização sobre diversidade e inclusão, e o avanço no trabalho híbrido, vimos uma evolução na forma como lidamos com pessoas, gestão e cultura organizacional. Esses fatores não apenas moldaram as operações diárias das companhias, mas também redefiniram o papel do RH como um parceiro estratégico no sucesso empresarial.

Agora, enquanto nos preparamos para 2025, é essencial refletirmos sobre os aprendizados desse período de mudança intensa. O que aprendemos em 2024 será a base para moldar um futuro mais ágil, inclusivo e tecnológico. Com isso em mente, como CEO e especialista em carreiras, desejo compartilhar algumas reflexões sobre os principais desafios enfrentados, soluções encontradas e as grandes expectativas para o ano que está por vir.

O que era esperado para 2024

Em linha com o que o relatório do Great Place to Work (GPTW) previu para o ano, temas como saúde mental e cultura organizacional estiveram no centro das estratégias das empresas. Contudo, a execução dessas prioridades mostrou nuances que trouxeram aprendizados valiosos.

Em cultura organizacional, por exemplo, com a entrada de novas gerações no mercado de trabalho e a crescente valorização de aspectos como bem-estar, diversidade e inclusão, vimos instituições reavaliarem profundamente seus valores e práticas. A flexibilização do trabalho híbrido e remoto, por exemplo, deixou de ser uma tendência para se tornar um padrão esperado.

Já no quesito saúde mental e bem-estar, as companhias que investiram em iniciativas voltadas à qualidade de vida de seus colaboradores não apenas obtiveram melhores resultados de produtividade, mas também reforçaram sua reputação como empregadoras de escolha. Essa é uma lição importante que deve continuar sendo priorizada em 2025.

No entanto, 2024 também foi um ano de desafios. As empresas que não conseguiram alinhar suas práticas às demandas contemporâneas enfrentaram maior rotatividade e dificuldades para atrair talentos qualificados. E, mesmo aquelas que realizaram ações de acordo com essas demandas, acabaram tendo alguns problemas no meio do caminho.

Muitas empresas revisaram seus programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), por exemplo, pois, em alguns casos, a priorização de critérios de diversidade sem a devida análise de competências resultou em contratações ou promoções que não se alinhavam às exigências das funções, comprometendo o desempenho organizacional. A revisão buscou corrigir esses problemas, garantindo que as iniciativas de diversidade promovessem inclusão sem perder de vista a qualificação e a entrega profissional, essencial para a sustentabilidade dos negócios.

O impacto da tecnologia

Em 2024, a integração da tecnologia se consolidou como uma das tendências para a evolução do RH. O uso da IA generativa não apenas otimizaria processos seletivos, reduzindo o tempo e custo para a contratação, mas também iria aprimorar a experiência do candidato, com interações mais personalizadas.

De acordo com o HubSpot, plataforma de gestão de negócios e relacionamento com o cliente, 95,9% das empresas afirmaram que a IA proporcionou vantagem competitiva, e 99,6% relataram melhorias em produtividade e eficiência. Entre os principais benefícios mencionados estão: aumento da produtividade, personalização no atendimento, automação de processos repetitivos e insights mais precisos para tomada de decisão.

Contudo, é importante destacar que a implementação da tecnologia exige um equilíbrio cuidadoso. No último ano, aprendemos que a IA não substituirá profissionais que demonstram habilidades humanas como empatia, respeito e atenção — características que se tornaram ainda mais valiosas no ambiente de trabalho. No entanto, para aqueles que desempenham funções repetitivas ou com pouca interação humana, a necessidade de adaptação será inevitável para manterem sua relevância.

Grandes mudanças em 2025

Em 2025, o setor de RH continuará sendo desafiado a equilibrar agilidade e humanização em um contexto cada vez mais dinâmico. Principalmente com a implementação da IA Generativa, espera-se um avanço ainda maior na digitalização, com tecnologias desempenhando papéis centrais na tomada de decisões. No entanto, o foco precisará estar na formação de lideranças preparadas para lidar com essas inovações sem perder de vista o fator humano.

De acordo com um estudo do Gartner, 55% dos líderes de RH afirmam que as soluções tecnológicas empregadas não atendem as atuais e futuras necessidades do negócio. Além disso, 51% afirmam que não podem medir o valor do negócio entregue pela transformação tecnológica do RH. Entre as medidas que serão tomadas, estão escolher a tecnologia, realizar treinamentos, e incentivar a adoção do sistema, impulsionando para que exista uma melhor experiência do usuário em cada solução.

Em um mercado de trabalho em constante transformação devido a grande digitalização, as empresas precisarão investir na requalificação de seus colaboradores para prepará-los para novas demandas e funções. Esse movimento será essencial para lidar com a escassez de talentos em áreas estratégicas e para garantir a competitividade das organizações.

Novas exigências para uma nova geração

Com a chegada de novas gerações no mercado de trabalho, a retenção de talentos também será um tema crucial. Em um mercado competitivo, as empresas precisarão investir em experiências diferenciadas para seus colaboradores, que incluam desenvolvimento contínuo, reconhecimento e planos de carreira claros. Além disso, iniciativas que promovam diversidade e inclusão continuarão ganhando relevância, especialmente à medida que a geração Z assume papéis de maior protagonismo.

A flexibilização das jornadas continuará a ganhar espaço, refletindo as mudanças nas expectativas desses trabalhadores, que buscam maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal. A personalização de benefícios também estará em alta, com empresas adotando soluções que atendam às necessidades específicas de cada colaborador. Programas flexíveis que considerem saúde mental, suporte financeiro e desenvolvimento pessoal também serão valorizados.

Por fim, o alinhamento às práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) será mais do que uma tendência; será uma exigência do mercado. Instituições que incorporarem ESG de maneira estratégica e integrada fortalecerão sua marca empregadora e conquistarão a confiança de seus colaboradores e stakeholders.

De 2024 para 2025

O grande aprendizado de 2024 é que, mesmo com o advento de uma tecnologia inovadora e revolucionária, as pessoas continuam sendo o maior ativo das companhias – e investir nelas é, sem dúvida, o caminho para o sucesso. Ainda não existe um robô capaz de lidar com incertezas de um mundo em constante mudança.

Ou seja, o ser humano continua sendo a melhor opção para apontar as soluções mais adequadas e é papel do RH em 2025 de ser um catalisador da transformação cultural, garantindo que as organizações sejam resilientes, ágeis e humanas. É papel desse setor de liderar as mudanças estruturais na cultura organizacional, alinhando-a às expectativas de uma força de trabalho mais diversa e exigente.

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  • Liderança Horizontal e Colaborativa: A hierarquia rígida dá lugar a estruturas mais flexíveis, promovendo decisões participativas e maior autonomia aos colaboradores.
  • Integração Tecnológica e Inteligência Artificial: A adoção de novas tecnologias e IA transforma processos, permitindo automação e personalização de experiências.
  • Foco no Bem-Estar e Saúde Mental: Empresas priorizam a saúde mental dos colaboradores, implementando programas de apoio e promovendo equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
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Nova Lei de Saúde Mental nas Empresas: O Que Você Precisa Saber

​A saúde mental no ambiente de trabalho tornou-se uma preocupação central no Brasil, especialmente diante do aumento significativo de transtornos psicológicos entre os trabalhadores. Em 2024, o país registrou 472 mil afastamentos por transtornos mentais, o maior número em uma década e um aumento de aproximadamente 67% em relação ao ano anterior . Além disso, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial de casos de síndrome de burnout, afetando cerca de 30% dos trabalhadores.

Em resposta a essa realidade alarmante, foi sancionada a Lei 14.831/2024, que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Essa certificação, concedida pelo governo federal, reconhece empresas que implementam políticas eficazes de promoção da saúde mental e bem-estar de seus colaboradores.

Embora a obtenção do certificado seja opcional, a legislação sinaliza uma tendência crescente de valorização da saúde mental no ambiente corporativo. Empresas que negligenciam essa questão podem enfrentar desafios relacionados à produtividade, aumento do absenteísmo e dificuldades na retenção de talentos. Além disso, atualizações em normas regulamentadoras, como a NR-1, exigem que as companhias analisem a saúde mental dos funcionários e implementem medidas preventivas contra situações de assédio e violência no trabalho.

O não cumprimento dessas normativas pode resultar em sanções e prejudicar a saúde organizacional.​

Para se adequar às exigências e promover um ambiente de trabalho saudável, as empresas devem:​

  • Implementar Programas de Saúde Mental: Desenvolver iniciativas que ofereçam suporte psicológico, promovam a conscientização sobre saúde mental e capacitar lideranças para identificar e lidar com questões emocionais.​
  • Oferecer Recursos de Apoio: Disponibilizar acesso a serviços de apoio psicológico e psiquiátrico para os colaboradores, facilitando o tratamento e prevenção de transtornos mentais.​
  • Combater a Discriminação e o Assédio: Estabelecer políticas claras e eficazes para prevenir e lidar com casos de discriminação e assédio no ambiente de trabalho.​
  • Promover Transparência e Prestação de Contas: Divulgar regularmente as ações e políticas relacionadas à promoção da saúde mental, mantendo canais abertos para sugestões e avaliações dos colaboradores.​

Colaboradores também desempenham um papel crucial nesse processo. Eles podem cobrar de suas empresas a implementação dessas práticas por meio de diálogos com departamentos de Recursos Humanos, participação em comitês internos ou, se necessário, buscando orientação em órgãos de defesa dos trabalhadores.​

A implementação da Lei 14.831/2024 representa um avanço significativo na valorização da saúde mental no ambiente corporativo brasileiro. Empresas que adotarem práticas alinhadas às novas diretrizes não apenas estarão em conformidade com as tendências atuais, mas também promoverão um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, beneficiando tanto a organização quanto seus colaboradores.


 

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