Visão do CEO

Por que gestores relatam dificuldades em trabalhar com a Geração Z?

Por EDC Group | Publicado em 07/06/2023
Whatsapp - Share
Share

Entre as discussões cíclicas que de tempos em tempos ganham espaço, as diferenças geracionais no mercado de trabalho sempre se destacam. Há pouco mais de 10 anos, eram os millennials que estampavam capas de revistas definidos enquanto "mimados e narcisistas". Agora, é a vez dos seus sucessores, os jovens da Geração Z.

É isso o que aponta a pesquisa da plataforma de currículos ResumeBuilder.com, já que 74% dos líderes americanos acreditam que a geração Z, de jovens nascidos entre 1997 e 2012, é a mais difícil de se trabalhar em comparação com profissionais de outras idades. A pesquisa que desenvolvemos na EDC Group também destaca comportamentos dos jovens profissionais brasileiros que podem ser considerados verdadeiros desafios para as lideranças.

De acordo com o nosso levantamento, a geração Z possui os maiores percentuais em comportamentos e características indesejáveis se comparado com outras faixas-etárias. 12,50% dos respondentes entre 18 e 25 anos dizem não cumprir o expediente e tendem a começar depois do horário combinado e terminar o trabalho antes do previsto. Caso surja uma tarefa no final do expediente, 4,35% deles relatam não fazer e deixar para que outro colega faça. No que diz respeito às funções, a geração Z faz exatamente o que foi contratada para fazer, nem mais, nem menos. 25% dos respondentes concordam com essa postura.

Os dados ficam ainda mais alarmantes se comparados com as amostragens de outras idades. Em comparação com os millennials, a geração Z se mostra bem menos engajada com o trabalho. Somente 1% dos respondentes entre 35 e 40 anos, rotulados enquanto millennials, dizem não realizar tarefas no final do expediente, e outros 3% dizem não cumprir a jornada de trabalho estabelecida. Além disso, os profissionais mais velhos tendem a fazer mais horas extras, 16% dos respondentes preferem exceder as horas de trabalho para não deixar de entregar alguma tarefa.

Esses comportamentos podem ser explicados pelos aspectos sociais que cada geração vivenciou. A geração Z vivenciou e vivencia muito mais a sociedade líquida de que Zygmunt Bauman defendeu em sua literatura. Ao contrário dos babies boomers, por exemplo, esses jovens já cresceram com o ideal da não permanência e da inconstância. Enquanto a estabilidade era um desejo absoluto para os profissionais das gerações anteriores, para essa, não significa muita coisa se não existir flexibilidade e novas possibilidades.

Os GenZ entram no mercado com um olhar mais profundo sobre propósito e uma renúncia ao estresse e cobranças excessivas no ambiente de trabalho. Esses profissionais tendem a ter menos facilidade para lidar com conflitos e ao contrário da geração X, tendem a ficar menos tempo na mesma empresa. Entretanto, isso não significa que esses jovens profissionais sejam menos competentes do que os seus antecessores.

As gerações anteriores foram criadas envoltas pela cultura da escassez. Embora tivesse trabalho, a procura era muito alta. Os babies boomers foram criados para casar-se, ter filhos e um emprego estável. Os filhos dessa geração cresceram com essa ótica positiva sobre estabilidade, o que gerou maior conforto para criar a geração Z com mais acessos a recursos e possibilidade.

Embora existam desafios, essa parcela da população, em breve, será a maior parte da força de trabalho. Por isso, os líderes não podem adotar posturas reativas.

A pesquisa divulgada pela ResumeBuilder.com mostra justamente que os gestores estão rotulando esses jovens ao invés de procurar lidar com essa questão. Assim como todas as gerações, existem desafios, mas também muitos benefícios. Os GenZ são altamente criativos e adaptáveis e tendem a responder muito bem em trabalhos em grupo com diferentes profissionais de diferentes idades. Cabe aos gestores entenderem que as diferencias geracionais fazem parte dos ciclos em que a sociedade atravessa, dessa forma, podemos incluir todos sem supervalorizar ou desvalorizar nenhuma geração.

Mais recentes no blog EDC Group

EDC explica

Equilíbrio entre Vida Profissional e Pessoal: Estratégias para Empresas e Colaboradores

Falar sobre equilíbrio entre vida profissional e pessoal deixou de ser um diferencial e virou uma necessidade estratégica. Colaboradores sobrecarregados tendem a adoecer mais, errar mais e se desligar mais rápido. Mas como criar um ambiente saudável sem perder o ritmo das entregas? Neste texto, mostramos estratégias que equilibram os interesses da empresa e do colaborador — de forma prática, eficiente e realista.

Promover o equilíbrio entre vida profissional e pessoal não é “pegar leve” ou abrir mão de resultados. É sobre criar uma gestão inteligente, que entende que colaboradores descansados entregam mais e com mais qualidade. Quando empresa e colaborador caminham juntos nesse objetivo, o resultado é um ambiente sustentável, produtivo e com menos rotatividade. O segredo está no planejamento e na confiança mútua.

Acessar notícia
Seta para a direita
EDC explica

Tendências em Gestão e Liderança para 2025: Preparando-se para o Futuro Corporativo

À medida que o mundo corporativo evolui, novas tendências em gestão e liderança emergem, redefinindo paradigmas tradicionais. Este artigo explora as principais tendências previstas para 2025 e oferece insights sobre como as empresas podem se preparar para essas mudanças.

  • Liderança Horizontal e Colaborativa: A hierarquia rígida dá lugar a estruturas mais flexíveis, promovendo decisões participativas e maior autonomia aos colaboradores.
  • Integração Tecnológica e Inteligência Artificial: A adoção de novas tecnologias e IA transforma processos, permitindo automação e personalização de experiências.
  • Foco no Bem-Estar e Saúde Mental: Empresas priorizam a saúde mental dos colaboradores, implementando programas de apoio e promovendo equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
  • Cultura de Aprendizado Contínuo: O incentivo ao desenvolvimento constante dos colaboradores torna-se essencial para a inovação e adaptação às mudanças do mercado.

As tendências em gestão e liderança para 2025 refletem a necessidade de adaptação e inovação nas empresas. Ao incorporar essas práticas, as organizações estarão mais preparadas para enfrentar os desafios futuros e promover um ambiente de trabalho mais dinâmico e saudável.

Acessar notícia
Seta para a direita
EDC explica

Nova Lei de Saúde Mental nas Empresas: O Que Você Precisa Saber

​A saúde mental no ambiente de trabalho tornou-se uma preocupação central no Brasil, especialmente diante do aumento significativo de transtornos psicológicos entre os trabalhadores. Em 2024, o país registrou 472 mil afastamentos por transtornos mentais, o maior número em uma década e um aumento de aproximadamente 67% em relação ao ano anterior . Além disso, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial de casos de síndrome de burnout, afetando cerca de 30% dos trabalhadores.

Em resposta a essa realidade alarmante, foi sancionada a Lei 14.831/2024, que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Essa certificação, concedida pelo governo federal, reconhece empresas que implementam políticas eficazes de promoção da saúde mental e bem-estar de seus colaboradores.

Embora a obtenção do certificado seja opcional, a legislação sinaliza uma tendência crescente de valorização da saúde mental no ambiente corporativo. Empresas que negligenciam essa questão podem enfrentar desafios relacionados à produtividade, aumento do absenteísmo e dificuldades na retenção de talentos. Além disso, atualizações em normas regulamentadoras, como a NR-1, exigem que as companhias analisem a saúde mental dos funcionários e implementem medidas preventivas contra situações de assédio e violência no trabalho.

O não cumprimento dessas normativas pode resultar em sanções e prejudicar a saúde organizacional.​

Para se adequar às exigências e promover um ambiente de trabalho saudável, as empresas devem:​

  • Implementar Programas de Saúde Mental: Desenvolver iniciativas que ofereçam suporte psicológico, promovam a conscientização sobre saúde mental e capacitar lideranças para identificar e lidar com questões emocionais.​
  • Oferecer Recursos de Apoio: Disponibilizar acesso a serviços de apoio psicológico e psiquiátrico para os colaboradores, facilitando o tratamento e prevenção de transtornos mentais.​
  • Combater a Discriminação e o Assédio: Estabelecer políticas claras e eficazes para prevenir e lidar com casos de discriminação e assédio no ambiente de trabalho.​
  • Promover Transparência e Prestação de Contas: Divulgar regularmente as ações e políticas relacionadas à promoção da saúde mental, mantendo canais abertos para sugestões e avaliações dos colaboradores.​

Colaboradores também desempenham um papel crucial nesse processo. Eles podem cobrar de suas empresas a implementação dessas práticas por meio de diálogos com departamentos de Recursos Humanos, participação em comitês internos ou, se necessário, buscando orientação em órgãos de defesa dos trabalhadores.​

A implementação da Lei 14.831/2024 representa um avanço significativo na valorização da saúde mental no ambiente corporativo brasileiro. Empresas que adotarem práticas alinhadas às novas diretrizes não apenas estarão em conformidade com as tendências atuais, mas também promoverão um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, beneficiando tanto a organização quanto seus colaboradores.


 

Acessar notícia
Seta para a direita

Usamos cookies para personalizar o conteúdo, acompanhar anúncios e oferecer uma experiência de navegação mais segura a você. Ao continuar navegando em nosso site você concorda com o uso dessas informações. Leia nossa Política de Privacidade e saiba mais.